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Sem sinais de recuperação
Curitiba – Apesar de uma alta pontual em fevereiro, a indústria do Paraná mantém a tendência de queda nas vendas registrada nos últimos anos. Em 2014, as vendas industriais caíram 6,30% e o índice foi negativo em 8,44% no ano de 2015. Enquanto isso, no primeiro bimestre de 2016, a retração foi de 2,53% em comparação com os dois primeiros meses de 2015. O setor continua sem sinais de recuperação em meio à crise política e econômica enfrentada pelo País. Houve um acréscimo das vendas industriais em fevereiro, de 10,85% em relação a janeiro, mas que não representa um sinal de recuperação. O economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) Roberto Zurcher explicou que se trata de um aumento pontual, que normalmente acontece após janeiro, período de férias das fábricas.
Outra evidência de que as indústrias enfrentam dificuldades é o fato das compras de insumos também terem caído 8,40% nos dois primeiros meses de 2016 em comparação com o mesmo período do ano passado. O nível de emprego no acumulado do ano registrou queda de 3,41% ante igual período de 2015. Já no mês a mês, o nível de emprego apresentou estabilidade: 0,81% em fevereiro na comparação com janeiro deste ano. Os dados fazem parte da Pesquisa Conjuntural da Indústria, realizada pela Fiep.
A tão almejada recuperação da indústria parece ser um desejo ainda longe de ser alcançado, levando em conta o fato de as compras de insumos terem caído ainda mais que as vendas. Outro número que mostra a baixa confiança do empresário é aquele que aponta compra de máquinas e equipamentos: -25% em relação ao mesmo período do ano passado. "As empresas estão se adequando ao nível de demanda", resumiu Zurcher.
A pesquisa da Fiep mostrou ainda que as vendas da indústria paranaense para o Estado aumentaram 14,91%; para outras localidades, o acréscimo foi de 3,99%, e de 17,68% para o exterior. Já no acumulado do ano, registraram queda de 2,88% nas vendas para o Paraná e de 12,73% para outros Estados sobre o alcançado no mesmo período de 2015. Nas exportações, a evolução foi positiva em 32,40%.
Os primeiros dois meses deste ano em relação ao mesmo período de 2015 mostram treze gêneros negativos e apenas cinco positivos. Os maiores aumentos se registraram em Edição e Impressão (+52,93% ), Refino de Petróleo e Produção de Álcool (7,56% ) e Alimentos e Bebidas ( + 4,23%). Os gêneros com maiores quedas são Móveis e Indústrias Diversas (- 40,90%), Vestuário (-36,21% ) e Produtos Químicos (-28,52%).
ESTOQUES
O aumento discreto de 0,04% em compras de insumo no mês contra mês indica, segundo a Fiep, que ainda há estoques suficientes nas fábricas. As compras realizadas no Estado subiram 0,67%. As de outros estados elevaram 2%. Já quanto às importações, a queda foi de 6,34%.
Os gêneros com aumento no volume de compras foram têxteis, com 240,55%, impulsionados por compras sazonais de algodão; vestuário, com acréscimo de 40,34%, que acompanhou a evolução de vendas; e borrachas e plásticos, com elevação de 37,72%, também em harmonia com as vendas.
Já as maiores quedas foram apresentadas por refino de petróleo e produção de álcool, com - 14,58% devido ao fim das compras sazonais; couros e calçados, com queda de 13,38% conectados ao decréscimo da produção; e madeira, com baixa de 11,49% a partir da redução de pedidos.
MÃO DE OBRA
Segundo a pesquisa, 11 setores registraram resultados negativos no nível de emprego, enquanto sete apresentaram saldo positivo, quando comparado fevereiro com janeiro. O emprego diretamente ligado à produção subiu 0,42%. Os setores que apresentaram os maiores aumentos em nível de emprego foram alimentos e bebidas, com 1,79%; vestuários, com 1,37%; e couros e calçados, com 0,92%. As maiores perdas de vagas foram apontadas em têxteis, com -4,33%; borracha e plástico, com queda de 2,97%; e edição e impressão, com redução de 2,97% .
Já a massa salarial líquida cresceu 5,50% na comparação com janeiro. Houve aumento também, de 1,28%, no total de horas trabalhadas, e acréscimo de 1% na utilização da capacidade instalada, que chegou a 71%. O índice é idêntico ao obtido em fevereiro do ano passado. Na opinião de Zurcher, para voltar a investir, o setor precisa identificar "algum sinal positivo de Brasília", que para o economista seria a diminuição do deficit do setor público.
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