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Manobra da CAMEX adia fim do acordo com Chile e frustra indústria
O setor privado não encontra nenhuma justificativa plausível para a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) que adiou o fim do acordo marítimo entre o Brasil e o Chile para 2020. Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, o convênio estabeleceu cláusula para a dissolução do acordo durante sua vigência, desta forma, não há explicação para a prorrogação de um acordo.
“A decisão não ajuda a melhorar a competitividade da indústria. Estamos precisando de soluções imediatas e positivas, que gerem emprego, renda e um ambiente que se permita investir mais. Não é o que acontece com essa decisão”, diz Robson Braga de Andrade.
O Chile é o segundo maior parceiro do Brasil na América Latina e a manutenção do acordo vai impedir a criação de mais de 15 mil empregos, vai manter o frete em média 45% acima do mercado, e os preços dos produtos brasileiros importados do Chile vão permanecer em média 5% mais caro.
Para a CNI é difícil entender porque o governo reuniu sete ministros para privilegiar dois armadores estrangeiros em detrimento de 5 mil empresas nacionais. Ao manter uma reserva de mercado até 2020, o governo continua penalizando diariamente o comércio entre os dois países.
Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que o sobrepreço pago pela indústria extrativa que exporta para o Chile, por exemplo, é de 51,4%, as manufaturas pagam 46,4% a mais, a agropecuária 45,1% e o agronegócio 41,5%.
A FGV mostra que as exportações de manufaturas do Brasil para o Chile aumentariam 13,45% e do agronegócio subiriam 11,28% se o acordo fosse denunciado ainda este ano. Os principais benefícios para as exportações chilenas seriam na agropecuária, com incremento de 21,68% e na indústria extrativa, 19,4%. A CNI avalia que o aumento da importação não é negativo, pois o Brasil importa insumos essenciais para a indústria, como o cobre. Com a abertura de mercado, os ganhos na corrente de comércio são de US$ 636 bilhões.
Fonte: Portal da Indústria - CNI
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