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Ipea vê ‘indícios’ de que início de recuperação está próximo
São Paulo - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo referente à situação econômica do País. O documento, no qual já aparece o nome do novo presidente do instituto, Ernesto Lozardo, sinaliza que a recuperação da economia brasileira estaria mais próxima. Os "primeiros sinais deste possível início de recuperação cíclica", de acordo com o Ipea, se concentram, a princípio, na indústria, sobretudo nas empresas com atuação no mercado externo.
"Não obstante o quadro geral relativo à atividade econômica continuar sendo caracterizado pelo ciclo recessivo iniciado no segundo trimestre de 2014, já há indícios de que o início da recuperação pode estar mais próximo", aponta a Carta de Conjuntura referente ao mês de julho, publicada nesta segunda-feira. "Se, por um lado, o elevado grau de disseminação e intensidade da queda da atividade econômica lhe confere um caráter resiliente, por outro o desempenho recente de alguns indicadores sugere que a crise começa a perder fôlego", complementa o material.
O Ipea destaca que setores industriais voltados ao comércio exterior são os primeiros beneficiados com o que o instituto classificou como "ajuste proveniente do setor externo". A retração da demanda doméstica, por outro lado, "segue provocando um forte ajuste de estoques". O atual nível dos estoques, por outro lado, representaria uma "fonte de estímulo" para a retomada da produção doméstica.
O aparente otimismo, contudo, é acompanhado de uma análise do atual momento da indústria, o setor que mais sentiu a crise econômica, e todos os desafios ainda a serem superados. "A análise dos dados divulgados na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) do IBGE permite identificar indícios de que a longa trajetória de queda da produção industrial pode estar se aproximando de um ponto de inflexão", aponta o Ipea. "O caminho de recuperação, no entanto, aparentemente será longo", destaca o documento, em outro trecho.
Ao analisar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no início do ano e destacar o fraco desempenho da economia nos últimos trimestres, o Ipea estima que o carry-over para 2016 ficou em -2,6%. "Ou seja, caso permaneça estagnado durante os próximos três trimestres, na série com ajuste sazonal, o PIB de 2016 terá sido 2,6% menor que o do ano passado", pondera o material, elaborado após a divulgação da queda de 5,4% do PIB referente ao primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.
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