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Falta de semicondutores prejudica crescimento da produção industrial brasileira
A escassez de chips contribuiu para que a produção automobilística em março fosse a pior para o mês desde 2003. Pelo menos 68% das empresas ligadas à Associação da Indústria Elétrica e Eletrônica têm problemas para comprar semicondutores, em falta no mercado internacional.
Uma parte significativa da indústria brasileira também enfrenta dificuldades para crescer, e o problema não é de agora.
Uma peça minúscula capaz de parar fábricas gigantes: o semicondutor é o coração de qualquer tecnologia. E é por isso que, mais cedo ou mais tarde, a crise que veio com a pandemia pegou todo mundo e chegou à indústria de eletroeletrônicos.
Uma fábrica de impressoras na Grande São Paulo faz parte de um grupo multinacional. A linha de produção não parou nenhum dia, mas o ritmo foi revisto quando começaram a faltar semicondutores no mercado internacional.
A fábrica no Brasil é a única da companhia japonesa que fica fora da Ásia. Isso faz com que seja totalmente dependente dos componentes que vêm de lá. Mas é assim com a indústria de eletroeletrônicos do mundo inteiro - o continente asiático é o grande fornecedor de semicondutores. Por isso, qualquer problema na região tem impacto global.
Agora, existe a preocupação com os novos lockdowns na China , que estão parando as fábricas de novo. No Brasil, 68% das empresas ligadas à Associação da Indústria Elétrica e Eletrônica informaram que estão com problemas para comprar semicondutores.
Não tem sido diferente para a indústria automobilística nacional. Fábricas de todo o país tiveram que parar. Na semana que vem, uma montadora vai dar 15 dias de férias coletivas para 5 mil funcionários em duas fábricas: a de São Bernardo do Campo e a de Juiz de Fora. Faltam componentes para a montagem de caminhões e ônibus.
A Associação Nacional de Fabricantes diz que a escassez de chips ajuda a explicar por que a produção de veículos em março foi a pior para o mês desde 2003.
“Nós temos paradas de produção, interrupções de fornecimento que podem, dependendo da montadora, afetar por alguns dias, por turnos ou por semanas. Então, você tem mais dificuldade de organizar produção, de entregar o volume requerido pelo mercado - tanto para o mercado interno, como para exportação. Imaginamos que a gente vai continuar tendo uma limitação e melhorando gradativamente até o final do ano, mas a solução mesmo a gente vê de forma mais estruturada para 2023”, define Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
Fonte: G1