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Notícias Gerais
Sistema Fiep elabora nota técnica sobre processos de logística reversa
06 de Abr, 2021
Um segmento responsável por empregar cerca de 10 mil pessoas só em Londrina, além de representar 22% do total de indústrias de transformação existentes na cidade. Essa é a realidade do setor de eletrometalmecânica. Dados fornecidos pelo Sindicato das Indústrias, Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos do Norte do Paraná (Sindmetal Norte do Paraná) dão conta de que a região de Londrina reforça ainda mais o potencial do setor. São 1.361 indústrias e um total de aproximadamente 20 mil empregados.
Entre hoje e amanhã, membros desse segmento vão se reunir na XV Feira Eletrometalmecânica de Inovação, para discutir sobre novas tecnologias e os rumos da indústria. A abertura será hoje, às 16 horas, no Aurora Shopping.
Para o presidente do Sindimetal Norte do Paraná, Valter Orsi, a feira é uma oportunidade para que os empresários do setor pensem “fora da caixa”, além de aproveitarem para participar de rodadas de negócio, fortalecendo assim sua network (rede de contatos). “Como a economia evolui rapidamente, todo empresário sabe que é preciso inovar o tempo todo e esta é uma oportunidade de conhecer as tendências do mercado”, pontua.
De acordo com o presidente, a Feira acontece no momento em que o setor se encontra cercado de desafios. Orsi comenta que o excesso de burocracia somada a alta carga tributária impede que a indústria brasileira, de um modo geral, se torne mais competitiva, sobretudo com relação aos seus principais concorrentes no exterior.
Ainda segundo a avaliação dele, os últimos anos do País foram marcados por instabilidade econômica, o que de certa forma afeta possíveis investimentos no setor. No entanto, ele pondera que é possível ver sinais de crescimento pela frente, “mesmo ainda timidamente, tem ocorrido mais contratações do que demissões e o empresariado de um modo geral está mais otimista”, aponta.
A perspectiva de um cenário positivo, porém, exige que os profissionais estejam mais capacitados e prontos para o mercado de trabalho. Na visão de Orsi, a mão de obra qualificada ainda é uma barreira para os negócios, mas vem sendo superada por meio de parcerias entre a indústria organizada e instituições de ensino e outras entidades.
Organizar, qualificar e fortalecer
O exemplo prático da busca pelo aprimoramento e qualificação da mão de obra, conforme Orsi, foi a criação, em 2018, da Governança de Inovação, INOVEMM, formado por um grupo de empresários e membros de entidades e de universidades que se reúnem para discutir os caminhos e práticas que serão adotadas pelo setor em áreas que abrangem as esferas política, econômica e social.
O presidente cita ainda a parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), por meio da atuação do Senai. “Conseguimos ampliar a atuação do Senai, que é um dos principais fornecedores de mão de obra técnica qualificada, e hoje conta com o HUB de inovação”, revela. “Também conseguimos junto às universidades a ampliação de oferta de cursos de áreas necessárias na indústria”, completa.
Coordenador de Educação Profissional e Tecnológica no Senai Londrina, Victor Cunha explica que hoje o aluno, interessado pelo ramo da metalmecânica, encontra na instituição cursos em diferentes níveis de conhecimento, que vão desde os técnicos, passando por graduação e pós-graduação, devido a Faculdades da Indústria. “A ideia é que o aluno entre aqui e possa trilhar todo um caminho de qualificação”, afirma.
Os cursos, segundo ele, apresentam diferenças básicas em suas diretrizes curriculares, tempo de duração – um técnico, por exemplo leva 2 anos, enquanto a graduação pode levar até 5 anos -, no entanto todos primam por mesclar aulas teóricas e práticas. “O curso técnico pode ser comparado a uma piscina curta, mas profunda. Em pouco tempo o aluno está pronto para o mercado. A graduação já é diluída em um espaço maior de tempo, mas também preza pela prática”, exemplifica.
A preocupação com o exercício de atividades que os alunos voltarão a repetir quando já estiverem no mercado de trabalho, para Cunha, acaba sendo o diferencial na qualificação da mão de obra. Para ele, permitir ao indivíduo vivenciar situações em laboratórios reais melhora o poder de tomada de decisão caso algo semelhante ocorra na empresa em que estiver.
Quanto ao futuro, Cunha indica que é uma preocupação da instituição seguir ouvindo mercado de Londrina, pois só assim será possível atender as reais necessidades da indústria local e assim fortalecer o setor da metalmecânica.
Alefe Bativa é, agora, docente no Senai, mas sua trajetória começou ainda em 2014 quando deu início ao curso técnico em mecânica industrial na instituição. “Depois surgiu a oportunidade de fazer a faculdade de tecnólogo em fabricação mecânica. Acabei levando os dois cursos”, lembra.
Conforme avançou em suas qualificações, Bativa recorda que oportunidades acabaram aparecendo, como a possibilidade de estagiar em uma empresa da área. “Enquanto aluno, os cursos abriram completamente a minha cabeça. Tive um desenvolvimento tanto na parte técnica quanto na área pessoal”, garante ele.
Para quem tem interesse em entrar na área da metalmecânica, o professor garante que há um mercado interessante já estabelecido e com muito potencial de crescimento para o futuro. “Eu aproveitei as oportunidades que tive. Se o aluno souber aproveitar as suas, esse é um mercado com muita área para se desenvolver”, assegura.
Fonte: Jornal O Londrinense
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