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Desocupação indica menor contratação temporária
O nível de desocupação no mercado de trabalho nacional aumentou de 8,3% no segundo trimestre deste ano para 8,9% no terceiro, em movimento que já indica menor absorção dos trabalhadores temporários de fim de ano. Foi o pior resultado da série histórica iniciada em 2012 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Trimestral (PNAD), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A preocupação é que os números possam piorar após dezembro.
No Paraná, houve até leve redução no mesmo comparativo, com queda de 6,2% na desocupação no segundo trimestre para 6,1% no terceiro. No entanto, o índice deste ano é bem superior ao do período de julho a agosto de 2014, quando estava em 4,1%. O resultado nacional também era bem inferior no ano passado, com 6,8%.
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, afirmou ontem que o agravamento das condições no mercado contraria até o movimento comum ao segundo semestre, que é sempre de redução da desocupação para atender à demanda maior de consumidores durante as festas de fim de ano. "Não é só a taxa (de desemprego) mais alta, mas é uma mudança também em função de você ter um deslocamento dessa sazonalidade na taxa da desocupação", disse.
Para o consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Marcos Rambalducci, a a inconsistência do cenário nacional e o baixo nível de confiança impedem que os empresários invistam, o que se reflete no mercado de trabalho. "Existe um cuidado das empresas pela percepção de que o consumidor está com menor capacidade de comprar", disse. Ele lembrou que a indústria costuma contratar no terceiro trimestre e o comércio, no quarto.
Professora de economia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Katy Maia considerou que os reflexos da crise se dão pelo efeito dominó, em todos os setores. "A tendência é que as pessoas consumam menos no fim de ano porque estão endividadas e que o 13º salário seja usado para pagar dívidas."
Rambalducci diz que a a desocupação deve diminuir somente em dezembro, mas tende a voltar a aumentar, e bastante, a partir de janeiro. "Pode ser que as contratações temporárias não ocorram com tanta força, como em anos anteriores, e sejam feitas somente em dezembro, e não a partir de dezembro, mas é algo necessário", afirmou, ao lembrar que as lojas ficam mais cheias e costumam abrir em horários ampliados até o Natal.
O índice em trimestres móveis tem crescido mês a mês desde o período encerrado em dezembro de 2014, quando foi de 6,5%. Ainda, apesar da leve queda no Paraná para 6,1% no fim de setembro em relação a junho, a maioria dos estados tiveram aumentos significativos. E, segundo Azeredo, é preocupante a ampliação no Sudeste, de 8,3% no segundo trimestre para 9% no terceiro. "A região Sudeste é uma das regiões mais afetadas pelo movimento no mercado de trabalho", apontou Azeredo. "Salta aos olhos esse aumento na desocupação na região Sudeste, como se fosse um efeito farol", acrescentou.
O nível de pessoas ocupadas caiu de 56,8% no terceiro trimestre de 2014 para 56% no mesmo período deste ano no País, uma variação menor do que a identificada na quantidade de pessoas desocupadas. Isso porque o aumento do desemprego faz com que pessoas que não procuravam trabalho voltem ao mercado, para contribuir com a renda familiar. "A pessoa que não consegue se realocar também busca trabalhar por conta própria", diz a professora da UEL.
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