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Desemprego chega a 10,2% no trimestre
Rio de Janeiro – Com a dispensa de mais trabalhadores neste começo de ano, a taxa de desemprego nacional chegou ao patamar de dois dígitos pela primeira vez desde o início da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada no primeiro trimestre de 2012. Conforme divulgou ontem o IBGE, a taxa de desemprego foi de 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, acima dos três meses anteriores (9%) e também do mesmo período do ano passado (7,4%). O País tinha 10,37 milhões de pessoas procurando emprego sem encontrar.
A renda média do trabalhador foi de R$ 1.934 no período de dezembro a fevereiro. O valor representa uma queda de 3,9% em relação com o mesmo período do ano passado. Os salários continuam em queda e sendo corroídos pela inflação. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), o mais abrangente levantamento das condições do mercado de trabalho realizado pelo IBGE e que substituiu a pesquisa metropolitana de emprego.
DINÂMICA
Com a economia em crise, o mercado de trabalho ficou menor de dezembro a fevereiro. O número de pessoas ocupadas foi de 91,134 milhões no período, 1,1% a menos em relação ao trimestre anterior. São 1 milhão a menos trabalhando. Esse quadro é ainda mais drástico quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Nesta base, a população ocupada – seja em empregos formais ou informais, em diferentes atividades – recuou 1,3%, ou em 1,17 milhão de pessoas a menos empregadas. Como consequência, a fila de desemprego cresceu aceleradamente.
O número de trabalhadores que procuraram emprego sem encontrar ficou 13,8% acima do trimestre anterior (setembro a novembro) e de 40,1% do patamar de um ano atrás. Com mais gente na fila de emprego, o País tinha 10,37 milhões de desempregados, 2,97 milhões a mais do que há um ano, a maior da série. Trata-se de um contingente recorde para a pesquisa nacional de emprego do instituto. O mercado de trabalho foi um dos últimos a sentir os efeitos da crise econômica, mas a velocidade com que o emprego e a renda vêm piorando desde o ano passado tem impressionado os economistas.
SETORES
Dos diferentes setores da economia, a indústria foi a que mais demitiu de dezembro a fevereiro, frente aos três meses anteriores. Foram 740 mil empregos cortados, ou 5,9% menos do que o período de setembro a novembro de 2015. A indústria geral foi uma das primeiras a cortar empregos. O setor desembarcou no atual ciclo de desaquecimento da atividade econômica já fragilizado por uma longa crise de competitividade, fruto do real valorizado e aumento de custos.
Outro setor com forte demissões na passagem dos trimestres foi um abrangente grupo que inclui atividade de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Esse grupo demitiu 249 mil pessoas, queda de 2,5%. Também houve pesados cortes num grupo da pesquisa que inclui as áreas de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que reduziram em 335 mil o número de pessoas ocupadas, queda de 2,1%.
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