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Confiança da indústria cresce no País, mas não no PR
Curitiba - A melhora no Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o mês de junho não reflete a realidade da indústria de transformação do Paraná. Ontem, a FGV divulgou que o índice atingiu 83,4 pontos neste mês, um avanço de 4,2 pontos em relação a junho de 2015. A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) mede a confiança do empresário por meio de um acompanhamento integrado à sondagem mensal da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que ainda não divulgou os dados de junho. Mas, dificilmente, os 18 segmentos do Estado que participam da amostragem vão deixar o grupo dos pessimistas, no qual permanecem há mais de dois anos, precisamente há 29 meses consecutivos.
"Enquanto o ICI da CNI apontou em maio 45,7 pontos na avaliação nacional, em uma escala de zero a 100, as indústrias paranaenses se mostraram um pouco mais pessimistas, com 37,7 pontos, ainda com três pontos a mais do que em abril", aponta o economista e gerente de Economia, Fomento e Desenvolvimento da Fiep, Marcelo Percicotti. Segundo ele, no Paraná, além do receio quanto às incertezas do cenário político e da economia, há o agravante do aumento de impostos promovido pelo governo estadual. "São mais de 90 mil produtos passando de um ICMS de 12% para 18%, que é um complicador adicional à retomada dos investimentos. O empresário segue em compasso de espera, pois paga mais impostos aqui e precisa conviver com os demais fatores adversos como o desemprego elevado, a queda no consumo das famílias e o crédito mais restritivo."
Percicotti também ressalta a piora na renda dos brasileiros acarretada pela crise. "O rendimento real médio do trabalhador já retornou aos patamares de 2012", afirma. De acordo com ele, essa é a explicação para o fato de o índice de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no primeiro trimestre de 2016 ter caído 17% em relação ao mesmo período do ano passado. O indicador, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra o quanto as empresas aumentaram seus bens de capital, ou seja, os bens utilizados para produzir outros bens. "Esse cenário fez muitos projetos paralisarem e algumas empresas decidirem sair do Estado. Creio que o próximo ICI possa apontar uma melhora da expectativa, mas dificilmente deixaremos a área de pessimismo", conta.
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