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Arrecadação do Paraná é a segunda que mais cresce no Sul e Sudeste
A arrecadação de tributos estaduais pelo Paraná cresceu 190% nominalmente de 2006 a 2015, saindo de R$ 10,5 para R$ 30,5 bilhões. Entre os Estados mais ricos do Sul e Sudeste, somente Santa Catarina aumentou mais sua arrecadação. Foi o primeiro da lista, com 316% de crescimento de receita em 10 anos - a receita subiu de R$ 4,6 bilhões para R$ 19,2 bilhões.
No mesmo período, a arrecadação de Minas Gerais foi de R$ 19,9 bilhões para R$ 47,9 bilhões, um aumento de 140%. A do Rio de Janeiro, que era de R$ 18,7 bilhões, chegou a R$ 43,4 bilhões, crescimento de 131%. A do Rio Grande do Sul aumentou apenas 128%, de R$ 13,5 bilhões para R$ 30,5 bilhões. E a de São Paulo, de R$ 63,4 para R$ 142,1 - incremento de 124%. Há 10 anos, a receita tributária do Paraná era a quinta maior do País. Hoje, é a quarta.
Os números são do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi). E se referem basicamente à arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Impostos de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Todos os crescimentos são nominais, isso é, incluem a inflação do período.
Economista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luís Carlos Sousa diz que o aumento da arrecadação no Estado está "muito relacionada" ao aumento de tarifas promovido pelo governador Beto Richa (PSDB). "Em geral, o Paraná tinha tributos menores. O governo aumentou as alíquotas de 95 mil itens. E por isso a arrecadação cresceu tanto", afirma.
Ele ressalta que o Paraná terminou 2014 em deficit, com gastos muito elevados em comparação com a receita. "A saída que o governo encontrou foi elevar os impostos, principalmente ICMS e IPVA", declara.
Já o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Júlio Suzuki Júnior, credita o crescimento da arrecadação à economia do Paraná, que vem crescendo acima da média nacional. "É o que mostram os números. Não coincidentemente, São Paulo e o Rio Grande do Sul, Estado nos quais a economia cresceu menos nos últimos tempos, a arrecadação também cresceu menos", declara.
Questionado sobre o porquê de o Estado ter ficado em uma situação financeira tão delicada nos últimos anos, a ponto de o governo Beto Richa ter promovido um tarifaço em 2015, o secretário estadual da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, por meio da assessoria disse: "as despesas cresceram mais que as receitas, em especial as despesas com pessoal".