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Relações Governamentais faz a defesa da indústria frente ao Legislativo e Executivo
10 de Set, 2020
A estabilidade na produção industrial na passagem de abril a maio completou uma sequência de três meses sem quedas nessa base de comparação. Essa é a primeira sequência sem quedas durante três meses desde 2012, quando a produção industrial cresceu, sempre com taxas positivas na margem, entre abril e agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a alta de 0,6% na média móvel trimestral de maio é a primeira desde outubro de 2014.
Ainda assim, o gerente da Coordenação da Indústria do IBGE, André Macedo, destacou que é cedo para falar em reversão da tendência de queda. "Perdas observadas no passado são ainda muito importantes", afirmou o pesquisador.
Macedo lembrou que, na comparação com 2015, a retração da produção industrial ainda é generalizada. Na comparação de maio com maio de 2015, há queda em 21 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE. No geral, a produção industrial encolheu 7,8% nessa base comparativa.
Para Macedo, mesmo a alta na margem na produção de bens de capital ainda é pequena diante da queda recente. Para o pesquisador, o que dá fôlego à produção de bens de capital é a base depreciada de comparação, o incremento da produção de caminhões nos últimos meses e o aumento das expectativas do empresariado. A desvalorização do câmbio não teria papel relevante, segundo o pesquisador do IBGE.
COMPRAS
Já o índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) da indústria brasileira subiu para 43,2 em junho, de 41,6 pontos em maio, informou a Markit. Apesar da melhora, trata-se do 17º mês consecutivo de contração da atividade, mostrada quando o indicador fica abaixo do patamar de 50 pontos.
Segundo a Markit, o fluxo de novas encomendas continuou caindo em junho, levando as empresas a reduzirem a produção. Os pedidos para vendas internacionais, que vinham sendo um alento nos últimos meses, recuaram pela primeira vez desde novembro de 2015, retrocedendo no ritmo mais rápido em quatro anos e meio.
O indicador de emprego no ritmo mais forte desde que a pesquisa começou, em fevereiro de 2006, mostra que os empresários estão cortando funcionários para reduzir custos. Tanto os estoques de matérias-primas como os de produtos acabados também diminuíram em ritmo recorde. As encomendas pendentes recuaram no maior ritmo em mais de sete anos. Já os custos ao produtor continuaram a subir no mês passado, impulsionados pelo dólar elevado, e os reajustes também foram repassados ao consumidor.
A analista Pollyana de Lima, responsável pelo relatório, destaca que faz quase um ano e meio que o setor industrial está encolhendo. "O preocupante é que os últimos resultados mostram outra retração recorde nos níveis de emprego. Algumas melhoras internas vão ser necessárias antes que qualquer conversa séria sobre uma recuperação possa começar", afirma.
10 de Set, 2020