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União Europeia deve impor limites à importação de aço brasileiro
Genebra e Brasília – As exportações de aço do Brasil deverão ser alvo de barreiras na Europa, aprofundando ainda mais a tensão nos mercados internacionais diante da superoferta global da matéria-prima e da guerra comercial entre China e EUA.
No último dia 4 de janeiro, a Comissão Europeia notificou a Organização Mundial do Comércio (OMC) de que investigações iniciadas em março de 2018 revelaram que produtos importados no setor do aço estavam afetando de forma negativa o mercado do bloco e a concorrência.
A proposta da Comissão Europeia, que vai à votação esta semana, enfrenta resistência de setores que temem ver seus produtos finais encarecidos por conta da barreira comercial. Caso aprovada, as taxas entram em vigor até o dia 4 de fevereiro. Até lá, governos afetados poderão manter negociações com Bruxelas, o que deve ser o caso do Brasil.
A investigação foi aberta depois que o governo de Donald Trump decidiu erguer barreiras ao aço mundial, criando distorções e inundando a Europa com a produção que teria o mercado americano como destino. O bloco europeu alega que a importação de aço para a Europa “aumentou de forma significativa” e que a tendência é de que esse volume cresça ainda mais.
O bloco informou, por meio de um comunicado, que 26 produtos do setor siderúrgico serão sobretaxados. Para cada país, uma cota será oferecida. Caso supere o volume supere as cotas, entrará em vigor uma tarifa extra de 25%. A China, por exemplo, sofrerá restrições em 16 produtos diferentes, contra 17 da Turquia e 15 da Índia. No caso do Brasil, a notificação enviada pela União Europeia para a OMC cita sete produtos dos 26 possíveis. Mesmo assim, diplomatas confirmaram à reportagem que a medida é “preocupante”.
“Essas decisões mais recentes da União Europeia ratificam o efeito dominó do excesso global de capacidade (em torno de 530 milhões de toneladas de aço) e da guerra comercial entre China e Estados Unidos”, disse Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil (IABr). Com o fechamento de mercado de vários países, o Brasil acaba sendo afetado.
Fonte: Exame