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Reação dos fabricantes de máquinas ainda é fraca e preocupa setor no País
Desempenho abaixo do esperado no primeiro trimestre acendeu sinal de alerta da indústria, que pode rever sua projeção de crescimento de 5% a 10% para 2018, se não houver melhora rápida.
A indústria de bens de capital mecânicos não está apresentando a reação esperada. O setor teve avanço de 0,8% no primeiro trimestre e, caso não demonstre melhora rápida, as projeções de crescimento podem ser revistas para o ano.
“Começamos 2018 com uma estimativa de 5% a 10% de crescimento. Para isso, teríamos que ter um bom desempenho no primeiro trimestre. Mas o mês de março foi fraco e, se não houver uma reação em abril, seremos obrigados a rever nossa perspectiva anual”, declarou o diretor de competitividade da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernardini, em coletiva de imprensa.
As vendas realizadas pelo setor em março caíram 5,6% em relação ao mesmo período de 2017. O desempenho do trimestre foi fortemente puxado pelas exportações, que representam metade da receita total.
Para Bernardini, o Brasil não está apresentando condições de crescimento sustentável. “Não estamos vendo no governo atual políticas que permitam isso. Dois motores para uma retomada econômica seriam redução de juros de mercado e um câmbio mais competitivo.”
O dirigente acredita que juros menores permitiriam uma desalavancagem de empresas endividadas. “É uma forma inteligente de reduzir dívidas. Já o câmbio mais competitivo é uma excelente saída pra puxar emprego e salários.”
Bernandini ainda aponta que as condições de crédito também precisam melhorar. “Não adianta juros baixos se o crédito está difícil.” Ele também criticou o custo de financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Bernardini afirma que, hoje, as condições estão piores que no mercado de capital aberto. “Isso acaba sacrificando as empresas médias e pequenas, que só tem o BNDES como opção.”
O presidente do conselho de administração da Abimaq, João Carlos Marchesan, declarou que a indústria precisa retomar o crescimento, mas o custo de investimento ainda é muito alto no País.
“A indústria precisa investir. As máquinas e equipamentos estão se tornando improdutivas com as novas tecnologias. Mas o retorno do investimento é incompatível com as taxas atuais de financiamento. É necessário desonerar os aportes do setor industrial.”
Bernandini pontuou que não adianta reduzir alíquotas de importação de máquinas se não houver um horizonte positivo para investimentos.
“É preciso existir demanda e perspectiva de lucro. Se essas condições não existem, o investimento não é feito, não importa o custo. A questão não é só o preço das máquinas ou a redução de alíquota de importação. Isso não é o fator central de estímulo”, avalia.
Agenda industrial
Os dirigentes da Abimaq revelaram que estão convidando todos os pré-candidatos à presidência da República para discutir um plano de desenvolvimento da indústria. “Já tivemos uma longa conversa com Geraldo Alckmin (PSDB) e encaminhamos ofícios para todos os presidenciáveis. Elaboramos uma proposta para uma indústria forte e moderna. Precisamos criar um ambiente de negócios mais favorável para quem investe e produz”, contou Marchesan. “Não vamos votar em ninguém que não tenha em seu programa a indústria como força motriz de desenvolvimento”, completou Bernandini.
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