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Produção industrial cresce em 13 dos 26 ramos investigados em abril ante março
05 de Jun, 2018
O número de trabalhadores com carteira assinada recuou 3,1% no trimestre encerrado em novembro do ano passado, na comparação com o mesmo período de 2014, o equivalente a 1,1 milhão de pessoas a menos com emprego formal. Resultado que contribui para a redução do rendimento médio habitual da população economicamente ativa no País, que chegou a apresentar tendência de queda desde o ano passado e fechou em R$ 1.899 entre setembro e novembro de 2015. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que analisa o mercado de trabalho por trimestres móveis.
Economistas apontam que o maior número de desempregados faz com que o trabalhador busque o mercado informal, que tende a pagar menos. Ainda, citam que funcionários que perdem o emprego e conseguem se recolocar no mercado passam a ganhar menos, devido ao maior número de desocupados e à perda de benefícios conquistados ao longo dos anos nas empresas. Por fim, apontam que os setores que mais desempregam são os com maiores rendimentos, como a indústria, enquanto os que mais contratam pagam menos, como o de trabalhos domésticos.
A taxa de desocupação no trimestre móvel encerrado em novembro subiu para 9,0%, ante os 8,7% da taxa até setembro. Diferença ainda maior quando considerado o índice de 6,5% de novembro de 2014. A população desocupada, ou que busca emprego, chegou a 9,1 milhões, 323 mil a mais do que no trimestre imediatamente anterior e 2,7 milhões de pessoas a mais do que um ano antes.
No entanto, a alta de 41,5% em 12 meses indica que mais pessoas voltaram a procurar uma vaga no mercado de trabalho, para ajudar a complementar a renda das famílias. Isso porque a população ocupada, de 92,2 milhões em novembro de 2015, ficou estável quando comparada ao trimestre móvel encerrado em agosto e caiu 0,6% ante um ano antes, ou um acréscimo de 533 mil desempregados.
Delegado em Londrina do Conselho Regional de Economia (Corecon), Laércio Rodrigues de Oliveira afirma que a alta inflação fez com que as famílias reduzissem o consumo, o que levou à redução da produção industrial, ao desemprego no setor e gerou queda no consumo e no número de postos de trabalho nos outros setores. "Hoje não é só a indústria que trabalha com capacidade ociosa, mas os setores de comércio e de serviços também, então isso afeta as novas contratações."
Por tipo de atividade, houve redução de 379 mil vagas na indústria em um trimestre, de 241 mil na agricultura e de 708 mil em informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias profissionais e administrativas. Por outro lado, os maiores aumentos são na construção (446 mil), por questões sazonais, e em serviços domésticos (284 mil), que pagam salários mais baixos.
O diretor de Estatística do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Francisco José Gouveia de Castro, lembra que a informalidade tem aumentado. "Dados do Caged apontam para a queda mensal no número de pessoas com carteira assinada, enquanto a PNAD também considera trabalhadores não registrados", diz.
Para os próximos meses, Castro acredita que a situação de desemprego e renda tenda a piorar. "O problema é que não há sinal de recuperação no mercado de trabalho e que é um indicador que demora a mostrar reação", diz. "Teremos um primeiro semestre de mal a pior e talvez no segundo, depois de resolverem os problemas políticos no Congresso, que freiam a economia, podemos ter uma melhora", prevê Oliveira.
05 de Jun, 2018
16 de Ago, 2016