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País fecha vagas em todas as atividades em outubro
O País perdeu 169,1 mil postos de trabalho em outubro, no pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1992, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Foram 1,2 milhão de contratações e 1,4 milhão de desligamentos, com saldo negativo em todas as atividades consideradas no levantamento, o que mostra os efeitos da crise econômica no mercado de trabalho.
As maiores quedas foram nos setores de construção civil (-49,8 mil), indústria da transformação (-48,4 mil) e serviços (-46,2 mil). Porém, também houve redução na agropecuária (-16,9 mil), no comércio (-4,2 mil), na extrativa mineral (-1,4 mil), nos serviços industriais de utilidade pública (SIUP, -1,4 mil) e na administração pública (-569).
No Paraná, a perda de postos de trabalho chegou a 8,6 mil no mês de outubro. Por atividade, somente SIUP (+3) e administração pública (+108) ficaram com saldo positivo, com quedas expressivas na indústria (-3,8 mil), na construção (-2,6 mil) e em serviços (-1,2 mil).
Para o chefe do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Renato Pianowski, a falta de confiança dos empresários em investir gera desemprego. "Era esperado. Sempre tivemos um ou outro setor que se salvava, mas a crise vem aparecendo paulatinamente e não dá para estranhar que os empregos estejam diminuindo em número", diz.
O presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Suzuki Junior, afirma que a situação é complicada e tem implicações sobre os mais pobres. "A queda afeta principalmente as ocupações de renda mais baixa, como a construção civil, e isso gera um impacto em termos de desigualdade social", diz.
Pianowski considera ainda que há aumento na quantidade de desocupados, número que faz parte de outras pesquisas, mas que mostram que mais pessoas voltaram a procurar emprego para tentar complementar a renda familiar. "A crise vai se aprofundar e a esperança são as vendas para o Natal. Se for um desastre como foi no Dia das Mães e no das Crianças, vai complicar também o início do ano."
Por região
Suzuki destaca que houve redução em quase todos os estados, com exceção das altas em Alagoas (+6,4 mil), Sergipe (+1 mil), Tocantins (+47) e Mato Grosso do Sul (+41). "Apesar de a crise ser abrangente, a queda no Paraná é uma das menos acentuadas entre os estados do Sul e do Sudeste, com os quais deve ser comparado", explica.
Ele completa que o mercado de trabalho seguirá a onda de baixa da economia de um modo geral e lembra que a mediana de previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) do Banco Central está em queda de 3,1% para este ano. "O Paraná deve ser um pouco melhor do que o Brasil, já que as projeções do Ipardes para o PIB estadual do primeiro semestre foi de redução de 1,1% e a do IBGE para o País foi de queda de 2,1%", afirma Suzuki.
Por cidade, houve recuo na quantidade de postos de trabalho nas maiores cidades, com os piores resultados em Maringá (-414), Cascavel (-497), Londrina (-639) e Curitiba (-2,9 mil).
Acumulado
Desde janeiro, o País apresenta o fechamento de 818,9 mil vagas de trabalho, com o fim de 22,4 mil delas no Paraná. Em 12 meses, o resultado nacional está negativo em 1,3 milhão e o estadual, em 68,3 mil.
Conforme o Caged, o estoque de empregos em outubro deste ano (40,387 milhões) é o terceiro melhor da história, atrás do total em outubro de 2014 (41,769 milhões) e de outubro de 2013 (41,223 milhões). Porém, Pianowski lembra que mais jovens entram no mercado de trabalho a cada ano e que o número deveria aumentar sempre. "Estamos voltando ao cenário de dois anos atrás e isso é preocupante da mesma forma que ocorre com a produção industrial, que está retrocedendo", diz.
Fonte: Folha de Londrina - Economia.
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