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Industriais do Sul estão cada vez mais pessimistas
Um cenário sem perspectivas. Palavras que definem bem como anda a pontuação do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Após um leve crescimento no primeiro trimestre, o valor de abril chegou a 36,2 pontos, uma retração de 1,2 ponto frente a março. Na região Sul – que abrange os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - o número chegou a 36 pontos (queda de 1,9 ponto), ficando acima apenas do Sudeste, que fechou em 32,6. O Icei varia de zero a cem. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do empresário. Quanto mais abaixo de 50 pontos, maior e mais disseminado é o pessimismo.
E nestes números caindo ladeira abaixo, não existe atividade que fique acima dos 50 pontos. A indústria da construção civil, por exemplo, ficou em 35,5 pontos em abril. Já na indústria de transformação, o valor é de 36,1. Quem ficou um pouco acima da casa dos 30 pontos foi a indústria extrativa, que fechou em 42,3 pontos. Nada há o que comemorar.
Se as médias nacional e da região estão ruins, quando se avalia as empresas pelo porte a situação é bem similar. As indústrias menores, por exemplo, estão com o Icei em 34,5 pontos, um recuo que atingiu o seu menor patamar em toda a série histórica da CNI. Já as médias empresas fecharam em 35 pontos, enquanto as grandes, em 37,6 pontos.
Sem ar
Números que não surpreendem o vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Ary Sudan, que também é empresário industrial em Londrina. Ele comenta que a economia nacional piorou demais nos últimos seis meses e que os empresários do segmento estão no limite. "É como se você estivesse no fundo de uma piscina, já sem ar, e te pedissem para ficar 'só' mais 30 segundos. É uma situação de desespero e ninguém aguenta mais. O fato é que depois da Copa do Mundo de 2014, todos estão fragilizados".
Sudan elenca a retração econômica associada a custos maiores de produção, com o dólar puxando a elevação das matérias primas importadas. "Custos em ascensão, vendas caindo e preços deteriorados. A nossa margem desapareceu e isso faz com que os empresários pensem duas vezes antes de tentar aumentar o volume produtivo. Olho para meus fornecedores e vejo que estão apertados, vejo os meus clientes e a situação é a mesma. Uma situação que pode começar a mudar no próximo domingo", relata o vice-presidente da Fiep, referindo-se à votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O diretor industrial da Acil e empresário do segmento, Marcos Vinícius Gimenes, relata que a retração no setor só não é mais intensa devido ao fôlego recente nas exportações. "Isto está sendo um alento para toda essa situação complicada. O BNDES inclusive lançou uma série de linhas de financiamento voltadas para a exportação. Mas o que vemos de forma geral é que os investimentos acontecem na perspectiva da demanda. Com a retração no consumo, os investimentos caíram e, consequentemente, a confiança do setor", completa.
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