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90 mil marcham contra Dilma em Londrina
Trajando verde e amarelo, uma multidão de 90 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, acompanhou em Londrina o protesto pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O número é o dobro do registrado no maior protesto contra o governo Dilma, em março do ano passado, quando a PM contabilizou 45 mil pessoas na segunda maior cidade do Estado. "O movimento ganhou força devido aos últimos acontecimentos na esfera política", disse André Elias, porta-voz do Viva Londrina, um dos movimentos que organizou o ato de ontem.
Elias se referia às declarações feita senador Delcídio do Amaral (PT), em suposto acordo de delação premiada, em que, entre outros crimes, acusa Dilma de interferir nas investigações da Operação Lava Jato, que apura desvios milionários da Petrobras; e às investigações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que levaram o Ministério Público (MP) de São Paulo a pedir sua prisão.
O representante do Movimento Brasil Livre Londrina, Bruno Mancebo Esteves, enfatizou que o pedido imediato é impeachment de Dilma, mas outros seguem na lista. "A primeira coisa é o impeachment da presidente; o apoio à Lava Jato e a aprovação das dez medidas de combate à corrupção", afirmou.
Do caminhão de som, os organizadores do protesto pediram que as pessoas assinem o projeto de iniciativa popular que propõe dez medidas para endurecer as leis contra a corrupção, ideia do Ministério Público Federal lançada no ano passado.
Ao contrário das manifestações anteriores, quase não se viu manifestações de apoio à intervenção militar, o que havia sido bastante comum nos três protestos realizados em 2015: em 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto. Porém, aumentaram o número de faixas e cartazes em apoio ao juiz federal de Curitiba Sérgio Moro, responsável pelos processos relativos à Lava Jato.
O cientista político Mário Sérgio Lepre, que participou dos quatro protestos em Londrina, defende a legalidade do impeachment, mas, acharia mais digno um ato de renúncia. "Eu acredito que mais vantajoso, para evitar uma série de coisas, seria a renúncia, que é um gesto de grandeza, não de fraqueza", afirmou. "Se houver renúncia, vai haver desdobramentos. Crimes foram cometidos e um impeachment não seria golpe, de modo algum. Hoje o Brasil está dizendo isso."
Representantes de entidades empresariais também foram às ruas. "São milhares e milhares dizendo sim para o impeachment; o que precisamos agora é a posição do Congresso, que faça a sua parte", disse Valter Orsi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil).
Advogados de Londrina também definiram posição pró-impeachment, conforme nota da diretoria da subseção local da OAB. "A Subseção de Londrina, após ouvir uma boa parte da advocacia londrinense declara publicamente que é favorável a abertura de processo de impedimento contra a senhora presidente da República, pois entende que ela não reúne, neste momento, condições para exercitar o poder, trazendo para todos um período de sacrifícios." O presidente da OAB local, Elinton Carneiro, participou do protesto.
As pessoas começaram a chegar por volta das 14h30 e concentraram-se na rotatória da Avenida Juscelino Kubitschek, em frente ao Colégio Estadual Vicente Rijo. A partir de 15h30, seguiram até a Praça Marechal Floriano Peixoto, no Calçadão da Avenida Paraná, onde o protesto foi encerrado, às 17 horas.
Vídeo da manifestação pró-impeachment em Londrina: CLIQUE AQUI
Fonte: Folha de Londrina - Política