Café com o Presidente
COM AUMENTO NA TAXA SELIC É IMPRESCINDÍVEL REESTUDARMOS O PLANEJAMENTO DAS NOSSAS EMPRESAS
Olá amigos do Sindimetal,
Na última quarta-feira (dia 2) o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu por mais uma alta na Taxa Selic. O aumento foi de 1,5 ponto percentual. É a oitava alta consecutiva e fez com que a Selic, agora com dois dígitos, voltasse ao patamar de quase cinco anos atrás.
A Selic, para quem não sabe, é a taxa básica de juros da economia e funciona como um indexador que baliza todas as demais taxas: empréstimos, financiamentos, juros do cheque especial e cartões de crédito, títulos públicos federais, remuneração dos investimentos em renda fixa, etc.
A subida da Selic torna o crédito mais caro tanto para empresas quanto para pessoas físicas. Com isso, temos a redução da demanda por bens e serviços. Os preços caem e a inflação diminui.
Para o setor produtivo, o crescimento da Selic não é uma boa notícia. A taxa sendo alta, encarece o crédito e desestimula a produção e o consumo, atingindo diretamente as indústrias e outros setores produtivos.
O objetivo do remédio amargo apresentado pelo Banco Central é conter a inflação que anda acima de 10%.
Trabalhar a Taxa Selic é uma das únicas ferramentas que o Banco Central tem para tentar conter a inflação. A outra alternativa seria o Governo e o Congresso realmente fazerem as reformas estruturais – tributária, fiscal e administrativa – que há muitos anos são discutidas, mas que não avançam. O governo diz que pretende priorizar estas reformas neste semestre. Porém, como temos eleições, dificilmente os parlamentares vão querer mexer neste vespeiro.
Segundo alguns economistas, o problema é que no atual cenário nossa taxa de desemprego continua muito elevada – 11,6%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e a inflação atual não decorre do crescimento do consumo, mas sim do aumento dos custos de produção.
E com os juros altos, o custo de produção aumenta e as empresas são obrigadas a enxugar ainda mais suas margens para não perder ainda mais mercado.
O momento é de planejar com muito cuidado as finanças e os investimentos nas nossas empresas.
Analistas do mercado acreditam que a Selic continuará subindo em 2022 e só apresentará uma tendência de queda no início de 2023.
Portanto, é imprescindível que redobremos a atenção nas contas das nossas empresas. Estudar cada passo a ser dado para minimizar o impacto nas nossas metas.
MARCUS VINICIUS GIMENES
Presidente do Sindimetal Norte PR