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Feira Industrial de Hannover com Participação em Rodadas de Negócios
23 de Fev, 2018
Rio - A queda de 11,2% na produção industrial em outubro ante igual mês de 2014 foi a 20ª seguida neste tipo de confronto, apontou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mês a mês, a indústria vem estendendo esse período negativo, que é recorde na série iniciada em janeiro de 2002. Antes, a maior sequência era de 12 quedas, entre novembro de 2008 e outubro de 2009.
"Neste mês houve efeito calendário, já que outubro de 2015 teve dois dias úteis a menos do que igual mês do ano passado. Isso pode ter acentuado o ritmo de queda, mas não tira o fato de que já havia viés de redução na produção", explicou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
Na leitura divulgada nesta quinta, 77,4% dos 805 produtos investigados tiveram queda na produção ante outubro de 2014, outro recorde na pesquisa e um sinal de que o comportamento negativo é generalizado, notou o gerente.
Bens duráveis
A produção de bens de consumo duráveis registrou em outubro a terceira queda consecutiva em relação ao mês imediatamente anterior. Apenas nesse período, a categoria acumula retração de 15,8%, destacou André Macedo. "O cenário permanece adverso já há algum tempo. Todos os fatores permanecem nesse contexto, o nível mais baixo de confiança das famílias no que se refere a sua disposição de consumir, a retração da demanda doméstica com aumento da taxa de desemprego e queda na renda. Tudo isso justifica o comportamento mais negativo de bens de consumo duráveis e também de outras categorias", explicou Macedo.
Entre setembro para outubro, as perdas observadas na produção de artigos de linha branca, linha marrom, móveis e motocicletas foram as principais influências negativas para os bens duráveis. Com isso, a produção da categoria encolheu 5,6% no período. Os automóveis, destaques de queda em outras ocasiões, mostraram avanço na passagem do mês.
Para o setor de veículos, porém, o resultado positivo de automóveis foi insuficiente para estancar as perdas. Em outubro, houve retração de 3,0% na produção ante setembro, puxada por caminhões e autopeças, destacou o gerente do IBGE.
Câmbio
A desvalorização do real ante o dólar ajudou a indústria de segmentos, como a celulose, em meses anteriores, mas é insuficiente para manter o desempenho positivo durante todo o tempo, afirmou André Macedo. Nesse contexto, a produção de celulose e papel recuou 2,3% em outubro ante setembro.
"A influência do câmbio é limitada porque é incapaz de reverter todo o cenário negativo dentro da produção industrial", disse Macedo. "Alguns grupamentos como celulose e fumo têm viés positivo, o câmbio é importante para explicar isso. Mas mesmo dentro da atividade, isso pode não ser suficiente para manter a produção o tempo todo no positivo."
O setor de celulose vinha tenho resultados positivos mês a mês, mas já havia tido perda de 2,0% em setembro ante agosto, resultado que se intensificou na leitura divulgada ontem. A produção de fumo, porém, seguiu com resultado positivo, com alta de 3,4% em outubro ante setembro, segundo o IBGE.
A despeito da queda na margem, Macedo destacou que o setor de celulose ainda se beneficia do aumento de exportações quando é analisado o desempenho em relação ao ano passado. Os artigos de celulose dentro dos bens intermediários tiveram avanço de 7,9% ante outubro de 2014. "Observamos incremento de exportações. A questão cambial influencia, já que o setor tem viés para o mercado externo", disse o gerente.
Fonte: Folha de Londrina - Economia.
23 de Fev, 2018